desenha-me



Se tu um dia me disseres como foram feitas as tuas linhas, os teus rabiscos e os teus pormenores, eu um dia vou ser tal e qual como tu me pedires, tal e qual como tu me desenhares no teu papel e na tua cabeça. Se me fizeres a lápis de carvão não me apagues por completo, lima só as arestas que ficaram por limar, se me fizeres com caneta certifica-te que fico ao teu gosto. Mas por favor, nunca me deites fora, não me deixes em cima da tua mesa de desenhos, esquecida durante tempos e tempos, lembra-te que se tu quiseres eu poderei moldar-me a ti. Mas desculpa, eu não te quero moldar, nem te desenhar, eu sei que tu és tal e qual como os teus rabiscos, são perfeitos sem qualquer linha de perfeição, eu vou gostar assim de ti e da tua arte.

4 comentários:

  1. O futuro é uma folha completamente em branco, e se está em branco porquê ter medo de a preencher e enganar-nos? Não preciso de lápis, não tenho medo de usar a esferográfica, pois sei que não vai ser necessário limar nada, as tuas linhas e arestas já são perfeitas só por si. Desenhar-te-ei, e pendurarei o teu desenho na parede do meu quarto junto à minha cama para seres a ultima coisa que vejo ao adormecer e a primeira ao acordar.

    Adorei o texto, Marta ♥

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